Retornando da viagem por Mendoza com um Roteiro Enogastronômico carinhosamente preparado pela Zenithe Travelclub de Mariella Miranda e German Alarcon Martin, creio que vale a pena compartilhar com os leitores do Vinotícias o que encontramos em cada uma das vinícolas visitadas, além de dicas sobre os vinhos provados.
● VALE DO UCO - No segundo dia da viagem, nosso foco foi o Vale do Uco, que é uma região mais recente de produção de vinho em Mendoza.
A área do Vale do Uco, enquanto isso, é reconhecida em todo o mundo por seu potencial inovador. Com altitudes que variam de 900 a 1700 metros acima do nível do mar, suas preciosas vinhas de altitude fornecem condições únicas para o desenvolvimento da fruta.
O Vale do Uco começou a ser explorado pela indústria vitivinícola nos anos 1990. Localizado no sudoeste da cidade de Mendoza, bem aos pés dos Andes, seus vinhedos estão plantados em uma zona de clima temperado, com invernos rigorosos e verões quentes com noites frescas, gerando grande amplitude térmica (pode chegar a até 16ºC), em parcelas de vinhedos plantados em altitudes que variam entre 850 e 1.700 metros. Os solos são predominantemente pedregosos, com seixos rolados misturados à areia grossa, de boa permeabilidade, boa drenagem e pouco férteis. Em algumas zonas, observa-se argila ou calcário e até áreas com depósitos de cálcio, estas últimas mais raras e valorizadas, e também de onde são produzidos alguns dos melhores vinhos atualmente. O índice pluviométrico é baixo e a irrigação dos vinhedos é normalmente feita por gotejamento com água do degelo das montanhas.
O Vale estende-se por três departamentos (segundo o nível de divisão administrativa nas províncias argentinas): Tupungato, Tunuyán e San Carlos.
A altitude e a grande amplitude térmica constante que os três departamentos compartilham exercem influência na qualidade das uvas produzidas, uma vez que torna a fase de amadurecimento da fruta mais longa, permitindo que o caráter varietal de cada cepa cultivada desenvolva-se por completo, ao mesmo tempo em que um teor de acidez mais agradável seja preservado.
O baixo índice pluviométrico permite que os enólogos controlem bem de perto a quantidade de água recebida por cada planta, reduzindo a produção de cada vinha, de forma que cada cacho de uva apresente muita concentração de fruta, dando condições para a elaboração de vinhos ricos, complexos, bem estruturados, com ótima cor e grande equilíbrio entre acidez e açúcar, permitindo a vinificação de excepcionais brancos e tintos, capazes de envelhecer por longo período.
Um trabalho de estudo de solo minucioso é feito por diversas vinícolas nas mais diversas partes do vale, mapeando e identificando as melhores variedades para cada parcela. Esse é um trabalho muito recente, mas que já vem mostrando resultados surpreendentes, e que trará ainda mais frutos para as gerações vindouras.
Assim como em grande parte do território Argentino, a uva Malbec é largamente produzida no Vale do Uco, que por conta do seu terroir bem específico, é capaz de gerar vinhos tintos com aromas florais intensos e marcantes.
Em uma escala bem menor que a Malbec, a uva Cabernet Franc é outra das cultivadas em Vale do Uco, e elas não estão sozinhas na lista de produção da região! Afinal, alguns dos melhores vinhos brancos provindos de Mendoza são feitos a partir de Chardonnay e Torrontés, uvas que também podem ser encontradas no Vale.
♦ BODEGA PIEDRA INFINITA – Visitada em 14/03/2023. Pedra infinita. A expressão é poética e soou como música aos ouvidos de Sebastián Zuccardi, da terceira geração da família nos vinhos, que buscava um nome para sua nova finca, em Paraje Altamira, no vale de Uco, na Argentina. Pedras não faltam por lá – a estimativa de que seriam necessários 300 caminhões para retirá-las durante a construção da vinícola se mostrou conservadora e foram contratados mais de mil caminhões.
Assim, a finca, a vinícola e um tinto elaborado apenas com a malbec plantada nesse terreno ganharam o nome poético de Piedra Infinita. À vinícola resultante de um investimento de US$ 15 milhões, com construção iniciada em 2013 e inaugurada em 2016, cabe o papel de traduzir a poesia do vinhedo e de transformar em bons vinhos as uvas plantadas nos vale do Uco – sua capacidade permite elaborar 600 mil litros de vinho a cada safra.
Em Altamira, só existem tanques pequenos, entre 2 mil e 10 mil litros, em tamanhos que permitem receber uvas de cada parcela do vinhedo e vinificá-las separadamente. Em suas ânforas, cabem 3 mil litros; nos tanques em formato de ovo, 2 mil litros; e nas piletas de forma troncocônicas, de 5 mil a 10 mil litros. Na sala de barricas, os tintos podem envelhecer em barris de 500 litros ou tonéis de 2,5 mil litros.
E, para conseguir vinificar juntas as uvas com características semelhantes, a equipe de Zuccardi investe para conhecer, ao máximo, o que tem embaixo da terra – o chileno Pedro Parra, um dos grandes especialistas em terroir, por exemplo, é consultor da vinícola. Isso significa elaborar estudos de condução eletromagnética no solo, analisar imagens de satélite e abrir incontáveis calicatas (aqueles buracos nos vinhedos que permitem conhecer o subsolo e o comportamento das raízes). “Antes, sabíamos que as uvas dessa região eram melhores, mas não sabíamos por qual razão”, lembra Sebastián.
No vale do Uco, o solo é aluvial, mas, como os estudos mostraram, há diferenças entre as parcelas de vinhas. “Há zonas muito boas, mas nem todas. É preciso conhecer mesmo o vinhedo”, conta Parra. No vinhedo de San Pablo, plantado a 1.400 metros do nível do mar, o solo tem uma fina camada de areia e depois traz pedras de tamanho médio cobertas com material calcário. Em La Consulta (a 1.000 metros), o subsolo é arenoso com pequenas pedras. Altamira (a 1.100 metros) tem solo mais heterogêneo, com uma pequena camada arenosa seguida de pedras médias e grandes com muito material calcário. Em Gualtallary (a 1.300 metros), reina o calcário em um solo de pedras pequenas e médias.
As características da malbec em solos diferentes revelam-se na taça e indica que o caminho de vinificar por parcelas de uvas semelhantes é promissor – essa é uma direção que não só Sebastián está seguindo, como quase toda a sua geração de enólogos argentinos. Em uma degustação na véspera da inauguração da vinícola com cinco malbec, vinificados da mesma maneira, as diferenças de terroir ficam claras. O tinto de San Pablo era o menos alcoólico do painel (menos de 13% de álcool), com notas de frutas negras, especiarias. “San Pablo é um vinhedo de extremos e o calcário traz maior textura ao vinho”, diz Sebastián. O vinho de Altamira se mostrou com mais taninos, seco. O de Gualtallary, apesar de mais fechado em aromas, tinha notas florais, intensas, com enorme frescor.
É esse conhecimento do terreno que torna a nova vinícola tão marcante. Mas há outros, como o concreto que reina em seu interior. Todos os tanques são de concreto, sempre em formatos arredondados. E, na última etapa da construção da vinícola – a obra começou em 2013 – foram feitos lagares de concreto, para a vinificação de alguns dos vinhos. Na taça, os tintos da Zuccardi, mostram que conhecer melhor as peculiaridades de cada vinhedo e ter boas condições para vinificá-lo é um caminho promissor para os vinhos do país.
Pela terceira vez consecutiva, The World´s Best Vineyard reconheceu a vinícola Zuccardi do Valle de Uco, como a melhor do mundo. O paraíso do vinho mendocino recebeu o título dado por um júri de 600 especialistas que selecionaram os premiados entre mais de 1500 estabelecimentos. Em que se baseiam para eleger? Na qualidade dos vinhos, está claro - Finca Piedra Infinita Gravascal 2018, um de seus malbecs, tinha atingido a pontuação mais alta possível na revista Robert Parker´s Wine Advocate, “os 100 pontos Parker”- mas também são avaliados fatores como a gastronomia, o tour, a acessibilidade, o ambiente, o atendimento, a reputação e a paisagem.
Aqui provamos os seguintes vinhos: Polígonos é a seleção de varietais que se mostram fielmente, de acordo ao “Pueblo” (terrunho) de onde provém. O “Pueblo” é o nome aos vinhedos. Tem uma expressão rica e profunda do lugar através da sua geografia, clima, aspectos sociais, histórico e econômicos em Altamira, San Pablo e Tupungato Alto.
● POLÍGONOS CABERNET FRANC SAN PABLO 2021 – 30% do vinho teve passagem por madeira, enquanto 70% passaram direto em concreto. Neste vinhedo plantado a 1400 metros de altitude o frio é o protagonista, com produção limitada na concentração dos aromas. O vinho em si é ainda muito jovem, potente, com fruta escura, tendo potencial de guarda para 20/25 anos. Muito persistente.
● POLÍGONOS CABERNET FRANC ALTAMIRA 2021 – Aqui temos um vinho em que o terroir fala mais alto e influência na expressão da fruta escura. O vinhedo está plantado a 1.100 metros de altitude. 30% do vinho teve passagem por madeira, enquanto 70% passaram direto em concreto.
● POLÍGONOS MALBEC TUPUNGATO ALTO 2018 – criado a partir de uvas vindas de Gualtallary, próximo a San Pablo, com vinhedos plantados a 1350 metros de altitude. Não há passagem por madeira, gerando muita pureza da fruta escura, de ameixa madura, sem contudo estar em compota. Um vinho intenso na boca e de grande estrutura. Teor alcoólico de 14,5%. Um vinho eminentemente gastronômico e que pede uma carne vermelha grelhada para acompanhar.
● POLÍGONOS SAUVIGNON BLANC 2020 – criado a partir de uvas vindas de Gualtallary, com vinhedos plantados a 1350 metros de altitude. Não há passagem por madeira, todo o vinho passa por ovos de concreto, gerando muita pureza da fruta branca e de polpa amarela. Um vinho intenso na boca, com estrutura mineral, equilibrado com ótima acidez.
♦ BODEGA SALENTEIN – Visitada em 14/03/2023. Uma das mais belas bodegas de Mendoza, instalada no Vale do Uco, aos pés da Cordilheira dos Andes, o prédio da Salentein tem arquitetura única e design moderno. O edifício tem uma forte identidade andina, ele se funde na paisagem. De longe, sua cor está relacionada ao contexto e sua textura áspera nunca precisará de manutenção. Suas paredes são feitas de concreto ciclópico, assim como suas fundações e acabamento. O concreto armado foi utilizado com pedras de diferentes tamanhos, seu uso segue regras restritas devido a terremotos e as pedras melhoram sua inércia térmica.
Encanta também pelo inusitado: além dos vinhos, o terreno abriga uma galeria de arte com exposições internas e também ao ar livre. Esta é considerada uma das 5 melhores bodegas em Mendoza. Ela encanta por sua arquitetura charmosa, que foi construída com materiais naturais, em respeito pela terra e costumes da cultura andina. Além de diversas instalações para o processo de fermentação e armazenamento do vinho, que são acompanhados de explicações detalhadas, também está presente um Museu de Arte Moderna.
Na visita você conhecerá a sala de tanques de fermentação e algumas das mais espetaculares adegas e salas de barricas da região. São 5.000 barris de carvalho francês que emolduram o grande salão subterrâneo em formato de anfiteatro. No centro, a rosa dos ventos lembra a relação da bodega com o mundo. Outra bela atração é a Sala Primus; nela você verá doze tonéis de carvalho francês com capacidade para 7.600 litros de vinho.
O final do tour acontece na sala de degustação, onde se saboreiam os vinhos da Salentein. Essa é uma das bodegas que oferecem mais opções de degustação. Para quem procura ir além do tour básico, a bodega oferece o Roteiro “arquitetura, arte e vinho”. Uma espécie de tour cultural que leva o visitante a conhecer mais a fundo a arquitetura e obras de arte da Galeria Killka, uma galeria de arte feita com materiais naturais, homenageando as raízes da cultura andina, além das instalações ao ar livre. É de encher os olhos! Assim, o espírito das gerações passadas junta-se às ilusões de um futuro melhor, criando um presente onde a única premissa é desfrutar da paisagem.
Se estiver com fome, o restaurante da galeria é um convite à boa mesa. A bodega Salentein possui wine Bar, restaurante e pousada. O almoço é acompanhado de vinhos Salentein. O menu é composto pelos melhores pratos regionais e internacionais, que são preparados com técnicas culinárias como a do forno de barro e parrilla argentina.
A Bodegas Salentein nasceu pelo sonho de Mindert Pon, um visionário holandês que se encantou pela Argentina, seus vinhos e cultura. Pioneira no Alto Valle de Uco em Mendoza, a vinícola é famosa pelos vinhos oriundos de vinhedos de diferentes altitudes, que variam entre 1.050 e 1.700 metros e se beneficiam da água pura do degelo da neve, que permitem inclusive a produção de belos Pinot Noir. O objetivo da Salentein é expressar em cada garrafa de vinho a geografia única do Valle de Uco, e o fazem com grande sucesso!
Aqui provamos os seguintes vinhos da linha IG SINGLE VINEYARD MALBEC:
● PARAJE ALTAMIRA 2018 - Um malbec vindo de 1050 metros de altitude que se apresentou fechado e defumado inicialmente, com 14,5% de álcool. Solo franco arenoso, sob o vinhedo “El Tomilho” (nome antigo da vinha). O perfil do solo é muito variável com pedras revestidas de calcário. O aroma vegetal muito significativo lembra uma Cabernet Sauvignon, com algo de leve pirazina.
● GUALTALLARY LA PAMPA 1997 – SAFRA 2019 – o número 1997 lembra quando foi plantado o primeiro vinhedo de Malbec na região da IG San Pablo. La Pampa está a 1300 metros de altitude. Os solos têm carbonatos e sulfatos de cálcio. O vinho passa 20% em barricas de primeiro e 80% em barricas de 2º, 3º e 4º usos. O vinho mostra muita complexidade, elegância, notas de fruta escura de ameixa madura, e mais fácil de beber que o primeiro vinho. Teor alcoólico de 14,5%.
● GUALTALLARY 2018 – As vinhas que produzem este vinho estão plantadas em Gualtallary, que recebe o sol da tarde (mais insolação que em San Pablo). Um solo mais úmido, mais mineral e energético. Teor alcoólico de 15%.
● LOS JABALIES 2019 – Vinhedo plantado a 1.490 metros de altitude, gerando um malbec de maior altura, quase a mesma do vinhedo de Pinot Noir da Salentein. Parte do terroir tem areia e pedras e parte está a maior profundidade. Aqui a ameixa se mostra mais madura, com boa estrutura tânica. Álcool 14,5%.
● GRAN VU BLEND 2018 – Vinho que ganhamos em “upgrade”, com passagem por 24 meses em carvalho, sendo 40% de primeiro uso e 60% de segundo e terceiro usos. Um maravilhoso corte de 70% Malbec e 30% de Cabernet Sauvignon. Um belo tinto, mostrando a qualidade desta bodega ícone do Vale do Uco. Álcool 15%.
● BLANC DE BLANC – Mais um “upgrade” e neste caso um delicioso espumante feito a partir da uva Chardonnay pelo método Charmat.
♦ BODEGA LA AZUL – Visitada em 14/03/2023. Aqui faríamos uma visita e degustação de uma seleção de 5 vinhos durante o almoço. Diante de tantas bodegas em Mendoza que impressionam pela estrutura moderna ou pelo tamanho, a bodega La Azul se diferencia e encanta pelo aconchego rústico, personalidade e seus vinhos de autor. Situada no Valle de Uco, essa pequena vinícola familiar têm vinhos de alta qualidade e bom custo-benefício. E mais do que isso, a La Azul oferece um respeitável menu harmonizado com o visual maravilhoso da Cordilheira e aos pés do imponente Cordón del Plata, na região de Tupungato.
Hoje está dirigida pelos irmãos Ezequiel e Alejandro Fadel e na Enologia Flávia Manterola nos tintos e Fabrício Orlando nos brancos, trabalhando com vinhedos próprios que permitem um excelente controle de todo o processo de produção. A planta tem capacidade para 150 mil litros em tanques de inox. A bodega La Azul é uma vinícola de porte pequeno, comandada pelos proprietários. Por lá, espere degustar vinhos como Malbec, Cabernet e Reserva. Um dos pontos que diferencia esta vinícola das demais é o fato de produzir vinhos em perfeito equilíbrio, mesclando o carvalho francês com o americano. A linha de varietais termina seu percurso na garrafa após passagem pelos tanques. Já as linhas Reserva e Gran Reserva irão para barricas de carvalho francês e americano, que com as suas diferentes tostas e aromas modificam subtilmente o vinho que nela dorme durante longos meses.
A vinícola é familiar e existe há mais de 60 anos. Foram os pioneiros em produção de uva na região. Com Ezequiel, a bodega está na 3ª geração. Seu pai produzia 20 mil garrafas. Hoje, Ezequiel, na La Azul, produz 150 mil garrafas. A fazenda do local tem 120 mil hectares e a família também toca outra fazenda próxima com mais 100 mil hectares. Do total de 220 mil hectares, somente 15 hectares são utilizados para produzir todo o vinho da bodega. O motivo? Bem, o negócio principal da família ainda é vender a grande produção de uvas de suas terras às grandes vinícolas (Chandon e Catena são algumas das vinícolas que compram suas uvas).
A Bodega dispõe ainda de um atrativo Restó de ambiente rústico e informal com típicos produtos regionais para degustar seus vinhos e até uma Casa de Hóspedes, tudo isso entre os vinhedos com vistas imponentes aos Andes. O restaurante da Bodega La Azul também tem opções e pratos vegetarianos (é sempre bom avisar com antecedência). O Restaurante funciona para almoço de terças a domingos. Clientes sem reserva no almoço também são bem-vindos. Degustações em 2 horários: manhã (10h00 a 12h00) e à tarde (16h00).
E qual o motivo do nome La Azul? Anos atrás, quando a família, que era imensa, dividiu as terras, as ferramentas de cada um eram identificadas através de marcas com cores. As ferramentas dos membros da família de Ezequiel tinham a cor azul, logo, Bodega La Azul.
Durante o almoço degustamos os seguintes vinhos: Azul Sauvignon Blanc, Azul Malbec, Azul Cabernet Sauvignon, Azul Reserva, El Buscapleito Bonarda Reserva, Azul Gran Reserva Malbec – Cabernet Sauvignon.
Ao longo dos artigos sobre a vinicultura argentina você poderá criar um belo Guia para sua próxima viagem. Aliás, já estamos preparando um Novo Roteiro para 12 a 18 de Novembro de 2023 !!!
Saúde!!! Aproveite para comentar se gostou ou não!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet, e minhas considerações durante a prova dos vinhos e pesquisas).
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