Uma grande parte dos vinhos que podemos degustar hoje em dia são verdadeiras obras de arte da enologia, quando estes rótulos são produzidos em algumas vinícolas em estado de arte da arquitetura, ficamos em dúvida quem mais nos surpreende!
A verdade é que várias vinícolas e vinhedos capturaram os olhos do público nos últimos anos, graças à arquitetura distinta pela qual foram projetadas, que transmite minuciosamente a atmosfera de seus arredores enquanto reflete a tradição do enólogo ou do produtor.
A partir de vinhedos selecionados, os projetos traçam o caminho da vinificação desde a colheita de uva até o engarrafamento, contando muitas vezes as histórias pessoais ou familiares por trás das origens de cada edifício e como ele se relaciona com seu lugar especial, enquanto expressa a experiência sensorial que será parte do mundo do vinho.
Imagine acordar em uma cama com vista para vinhas, como quando você está hospedado no Marqués de Riscal, que é uma das maravilhas modernas mais impressionantes do mundo do vinho. É imperdível se você estiver viajando para Rioja. Os elementos tradicionais espanhóis são unidos ao design moderno para criar uma maravilha arquitetônica extraordinária.
Este impressionante edifício do século XXI foi projetado pelo arquiteto de renome internacional Frank Gehry e é uma verdadeira obra-prima. Localizado na "Cidade do Vinho", este hotel de 5 estrelas é realmente uma aventura. Você deve se preparar para saborear uma experiência única de todos os sentidos no Hotel Marques de Riscal.
Você poderá desfrutar de cozinha local e vinhos finos no restaurante Tradición 1860 ou no Marqués de Riscal, ambos supervisionados pelo chef Francis Paniego, com estrela Michelin, ou ainda se relaxar e aproveitar dos benefícios do Spa de Uva da Caudalie Marques de Riscal. O hotel tem 61 quartos e suítes exclusivos prometendo encantar os hóspedes com toques excepcionais de designers e visões invejáveis do campo, próximo da cidade medieval de Elciego.
Localizado no impressionante Barrio La Estacion, em Haro, a Bodega R. Lopez de Heredia é uma das vinícolas mais históricas da Espanha e, sem dúvida, uma das mais representativas da região vinícola de Rioja Alta.
Talvez a López de Heredia possa ser descrita como a vinícola mais tradicional do mundo. Desde a sua fundação no final de século XIX, muito pouco mudou, tanto na forma de tratar de seus vinhedos como na vinificação. Quem já visitou seus vinhedos e instalações em Haro, no coração da Rioja, certamente tem uma memória muito presente de quão única e tradicionalista ela é. Terceira vinícola mais antiga na região, segue mantendo uma longa tradição, quase que sem se importar com os modismos que vêm e vão na indústria do vinho.
Seu anexo da sala de degustação de aço inoxidável e seu pavilhão de vanguarda, uma fusão do século XIX e arquitetura moderna, são as primeiras coisas que você notará. O projeto foi desenhado por Zaha Hadid, uma arquiteta e designer iraquiano-britânica, reconhecida com uma das maiores arquitetas do final do século XX e começo do século XXI. Natural do Iraque, Hadid se formou em matemática, depois se formando em arquitetura, na Inglaterra, em 1972.
Em busca de um sistema alternativo ao desenho arquitetônico tradicional e influenciada pelo suprematismo e pela vanguarda russa, Hadid foi descrita pelo The Guardian como a "rainha das curvas", que "liberou a geometria arquitetônica, dando-lhe toda uma nova identidade expressiva". Em 2012, foi nomeada Dama do Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II, por seus serviços prestados à arquitetura e em fevereiro de 2016, um mês antes de sua morte, ela se tornou a primeira mulher a ganhar individualmente a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects.
Se você se impressionar com arquitetura externa da Bodega do Barrio La Estacion, espere até visitar suas adegas subterrâneas e sua antiga ferrovia que conectou a vinícola diretamente com Bordeaux no século XIX.
Mas há muito mais além neste mundo que une o vinho e a arquitetura. E um dos projetos mais interessantes conhecido como o “Inhotim Provençal” é o Chateau La Coste, um museu a céu aberto de arte e arquitetura localizado 15 quilômetros ao norte de Aix-en-Provence.
O bilionário irlandês Paddy McKillen, coproprietário dos hotéis londrinos The Connaught, Claridge´s e The Berkeley, comprou um chateau pertinho de Aix em Provence e comissionou alguns dos maiores artistas e arquitetos do mundo para criarem espaços e esculturas transformando a paisagem em um paraíso para estetas.
A propriedade é repleta de vinhedos, restaurantes, hotel de luxo, um centro de arte e diversos pavilhões projetados pela elite da arquitetura mundial (cada um com um prêmio Pritzker para chamar de seu).
Ao longo de um trajeto de 3km em meio a bosques e vinhedos estão espalhados mais de 20 pavilhões, esculturas e instalações de grandes nomes da arquitetura e da arte contemporânea pelos 200 hectares.
Há um pavilhão de música desenhado por Frank Gehry, um de arte com design do japonês Tadao Ando, um imenso móbile de Calder, uma obra de Tracey Emin dentro de um barril ao final de uma passarela na floresta, uma aranha de Louise Bourgeois parecendo flutuar sobre um espelho d'água.
O grande protagonista entre os arquitetos é o japonês Tadao Ando, que assina três edifícios e uma obra (um origami em grande escala). O mais grandioso é o centro de arte, que engloba uma belíssima loja/centro de informações, uma biblioteca e um restaurante que serve de ponto de partida para a visita ao Chateau la Coste.
E tem mais: uma sala de exposições assinada por Renzo Piano, uma bodega cilíndrica de metal saída da prancheta de Jean Nouvel onde fazem os vinhos, há um conjunto de esculturas de Tunga e nada menos que três restaurantes, o mais bacana deles comandado pela estrela argentina Francis Mallmann, famoso por seu trabalho com carnes em fogos e brasas!
Entre as obras em destaque, há o conjunto de esculturas Psicopompos do artista brasileiro Tunga. O artista utilizou materiais como o concreto, quartzo rosa, metais e ímãs, criando estruturas que nos fazem questionar a força da gravidade, e é mais um item que faz o Chateau La Coste lembrar o Instituto Inhotim, em Brumadinho, onde arte e natureza convivem em plena harmonia.
O maior arquiteto da história do Brasil, Oscar Niemeyer (1907-2012) marcou o país e o mundo com sua arquitetura sinuosa e curvilínea. Na França não foi diferente, já que durante a ditadura militar brasileira, Niemeyer se exilou em terras francesas, onde assinou prédios emblemáticos. Seu último projeto, foi um pavilhão no Château La Coste, e a construção foi liderada por Jair Valera, do escritório que cuida do legado de Niemeyer, a partir de um desenho. Curvo e envidraçado, o pavilhão funciona como espaço de exposição, com uma galeria de 116 metros quadrados, e auditório, de linhas cilíndricas. Uma vez inaugurado, o prédio integrará de forma permanente o Château La Coste.
A recomendação é para fazer uma bela visita ao La Coste, como a que faremos durante a “VIAGEM E EXPERIÊNCIA CULTURAL E ENOGASTRONÔMICA PROVENCE E RHÔNE”, um belo Roteiro a se desenrolar entre 25 de maio e 08 de junho desse 2023, percorrendo essas regiões francesas. A gama de vinhos do Domaine Château La Coste inclui vinhos orgânicos da Provence, incluindo Coteaux d'Aix-en-Provence e IGP Portes de Méditerranée e teremos a chance de prová-los durante a visita.
Nas próximas semanas vamos escrever sobre outras vinícolas de sonhos e seus vinhos ícones!!!Saúde!!! Aproveite para comentar se gostou ou não!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet, e minhas considerações durante a prova dos vinhos e pesquisas).
Comments