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Foto do escritorMarcio Oliveira - Vinoticias

“MASTER CLASS CONCHA Y TORO – MARQUES DE CASA CONCHA”

Recentemente (03/a) participei de uma “live” pelo Zoom organizada pela Concha y Toro, com Marcelo Papa comentando os desafios da safra 2020 para produzir o Marques de Casa Concha, um dos belos vinhos desta vinícola chilena.

Marques de Casa Concha é uma linha de vinhos que abrange uma diversidade de rótulos Super Premium com grande reconhecimento a nível mundial, e que agora apresenta uma nova imagem, no design no rótulo que reflete todo o espírito clássico contemporâneo da linha.


Marcelo Papa é o enólogo responsável pelos vinhos, onde busca o equilíbrio do conjunto, refletindo o terroir e destacando as melhores características de cada vinhedo com os quais trabalha. Engenheiro agrônomo, entrou na Concha y Toro em 1998 para liderar a Marques de Casa Concha.


Já foi eleito por duas vezes “enólogo do ano” entregado pelo Guia de Vinhos do Chile em 2004, uma das publicações especializadas mais importantes do Chile, e em 2008, desta vez outorgado pelo Círculo de Cronistas Gastronômicos do Chile.


No final de 2017, Marcelo Papa assumiu o cargo de Diretor Técnico na Vinícola Concha y Toro. Sob sua responsabilidade está a direção técnica do portfólio completo de produtos da companhia, enfatizando a excelência na produção e a qualidade que se procura obter nos vinhos de todos os segmentos.


A safra 2020 apresentou grandes desafios, a começar pelo Covid-19. As estratégias de prevenção quanto a pandemia fez com que entre os 450 funcionários, apenas 4 empregados foram infectados, e todos já estão recuperados.


Mas o que chamou a atenção foi a acumulação térmica da safra, mais do que a própria quantidade de horas de sol. A vinha abaixo de 10ºC hiberna, na temperatura entre 25 e 30ºC a vinha tem evolução ideal, e acima de 35ºC a planta bloqueia sua atividade. Neste ano de 2020, a solução quanto a acumulação térmica foi colher antes da hora (que aliás foi anterior a chegada efetiva da pandemia ao Chile). A sorte é que as uvas maturaram muito rápido!


A acumulação térmica não foi uniforme pelo país inteiro; para Limari foi um ano normal. Maipo, Rapel tiveram um efeito importante desta acumulação, e no Maule ela foi muito importante. Desta forma, na zona central do Maipo, que registrou um ano mais quente que o normal, a Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc começaram a ser colhidas em 16/03, e terminaram em abril, entre 2 a 3 semanas antes de um ano normal. Outro fator importante no Chile é a proximidade ou não das brisas frias vindas do Oceano Pacífico.


O Carmenere de Rapel foi colhido entre 24/02 e 20/04, um mês antes do normal. Marcelo Papa explicou que p Carmenere não gosta de maturar com muito calor! Prefere maturar um pouquinho a cada dia ...


Marcelo Papa comentou que esta questão está trazendo modificações na forma de pensar os vinhos. Na década de 90 se colhia as uvas com muita acidez. Entre 2010 e 2013 houve uma mudança de foco, agora a predominância era pela fruta muito madura e vinhos prontos. A partir de 2013 voltou a colher com acidez mais alta, mas com a maturidade em bom nível, adequado com o equilíbrio que se busca para o pdoruto final.


E isto vale para a tendência atual no Chile, desse fazer vinhos!


Falando sobre as safras recentes, 2016 foi semelhante ao ano de 1998, com presença do El Niño e muita chuva. 2020 foi uma safra parecida com 1999. Já o ano de 2003 foi muito quente, criando vinhos extremos com muita fruta madura, compotada. 2003 foi uma safra muito quente em todo mundo de forma geral.


Aproveitamos a Live para degustar o Chardonnay Concha y Toro 2017, que mostrou muita mineralidade. Foi um ano com chance de Limari mostrar as qualidades para o desenvolvimento de vinhos de uvas de clima fresco como o Chardonnay e o Pinot Noir. O Vale do Limarí tem ótimas condições para a produção de Pinot Noir ao estilo da Borgonha, ou seja, elaborado a partir de uma maceração fria, com tanque aberto e sem bombas, e remontagens por esmagamento. Um processo muito mais artesanal que o de outros vinhos.

Na realidade, 2017 e 2020 tiveram calor, mas a diferença é que em 2017 a vinícola não estava preparada para colher as uvas com rapidez. Agora em 2020 a Concha y Toro estava preparada. E o resultado disto nos vinhos: 2017 mostra tintos com fruta negra, com mais dulçor e opulência. 2020 mostra fruta negra, mas com melhor balanço nos vinhos.


Tivemos informações que no Mercado Brasileiro as vendas estão acima da meta. A linha “Reservado e Casillero del Diablo” estão indo muito bem e a venda de vinhos Top também estão positivas.


2020 pode ter uma quebra de safra em termos de produção que pode atingir 15%. Será uma colheita para lembrar!


A Concha y Toro tem 150.000 visitantes por ano. 80% deles são brasileiros. Neste momento as visitações estão fechadas, mas Marcelo Papa acredita que poderão abrir em julho.


Marcelo Papa vem realizando uma série de entrevistas e degustações on-line como este encontro, como parte de uma robusta estratégia digital para a linha Marques de Casa Concha. Todas estas atividades estão inseridas em um sólido plano digital que busca utilizar os canais digitais disponíveis na atualidade para aproximar a marca dos consumidores em todo o mundo. Com a certeza que o reconhecimento mundial destes rótulos continuarão sendo uma referência para a marca!!! Saúde !!!

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