Reinaldo de Lucca é reconhecido por seus vinhos e ter tido a coragem de importar e cultivar variedades estrangeiras como a branca Marsanne, bastante usada na França e que segundo ele, no Uruguai ela encontra características propícias para o bom crescimento.
A Tannat é originária das áreas de Madiran e Irouléguy, no sudoeste da França, e foi trazida ao Uruguai em 1870 pelo imigrante francês basco Pascual Harriague, que anos antes havia instalado uma pequena bodega em Salto, noroeste do país. A uva depois se espalhou por outras regiões. Nestes mais de cem anos, sofreu adaptações, mutações e perdeu de vista as origens.
A Tannat produz tintos com muita cor e excessivamente tânicos, adstringentes – não por acaso, o nome da uva faz referência à sua grande carga tânica. Os uruguaios, que estavam entre os maiores bebedores de vinho do mundo (até o final dos anos 1990 o consumo per capita chegava a 40 litros por ano), tomavam sem reclamar, porque na época não havia outro tipo de vinho. Aos poucos o consumo interno caiu, o mercado mudou. A crise bateu por volta de 1976. Quase não se vendia vinho, e os mais conscientes tentavam descobrir saídas. O engenheiro e enólogo Reinaldo de Lucca, foi um deles, participando de um grupo de produtores que começou a analisar os motivos da queda nas vendas e descobriu que um dos problemas era a falta de qualidade dos vinhos.
As mudanças começaram a acontecer e avançaram pelos anos seguintes. Chamaram técnicos argentinos e chilenos para dar consultoria às famílias locais. Segundo De Lucca, em 1980 teve início intercâmbio cultural com a França, que enviou técnicos importantes ao Uruguai, como o professor Denis Boubals (1926-2007). Nos vinhedos da época predominavam uvas híbridas. Mesmo castas viníferas, como a Tannat, apresentavam vírus ou eram plantadas misturadas com outras cepas. Alguns pioneiros como o próprio Reinaldo de Lucca viajaram para conhecer o que se fazia em outros países e voltaram com ideias novas. Em 1982 vinícolas uruguaias importaram da França as primeiras mudas sadias e certificadas.Nos anos seguintes as mudanças foram se consilidando e o Uruguai passou a mostrar a cara no mercado internacional com vinhos de qualidade.
● Corte de uvas: 95% Tannat, 5% Nero D`Avola e Sangiovese.
● Notas de Degustação: Tinto escuro, brilhante. Aromas de fruta escura, como a ameixa e toque de chocolate e café. Paladar com taninos no primeiro contato, mas que não chegam a incomodar, a ameixa madura e cassis se mostram, bem como o chocolate e café no fim de boca. Também temos especiarias como baunilha, num vinho bem equilibrado, e de boa persistência.
● Estimativa de Guarda: é um vinho que já pode ser bebido, e creio que aguenta mais 3 a 4 anos.
● Notas de Harmonização: muito versátil na harmonização, porque o corte deixa este vinho com excelente estrutura e ao mesmo tempo com taninos doces e macios. Acompanha bem massas recheadas, carnes vermelhas e de caça. Harmonizou muito bem com o Cassoulet.
● Serviço: servir entre 16 e 17ºC.
● Faixa de Preço – $$
● Em BH: PREMIUM - Rua Estevão Pinto, 351 - Serra - 30220-060 - Belo Horizonte - MG - 31 3282-1588 I Em SP: PREMIUM - Rua Apinajés, 1718 - Sumaré - 01258-000 - São Paulo - SP - 11 2574-8303.
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