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Foto do escritorMarcio Oliveira - Vinoticias

“DICAS PARA VOCÊ SE TORNAR UM EXPERT EM VINHOS”

Autora de várias “bíblias” sobre o tema, Jancis Robinson explica de forma didática e prática como escolher um bom vinho no seu livro “Expert em Vinhos em 24 horas”. Sugere maneiras de fazer uma degustação com os amigos, já que em sua opinião, a melhor maneira de curtir uma bela garrafa é na companhia de quem se gosta. Jancis dá 10 dicas para escolher a garrafa certa, quanto deve-se pagar por cada uma e como combinar vinho e comida.

Suas dicas são valiosas, mas 24 horas podem ser pouco para você se tornar um expert, e resolvemos adicionar mais algumas dicas para você se aprofundar no tema. Essas dicas cobrem algumas das partes mais estranhas da linguagem e etiqueta usadas pelos degustadores e conhecedores da bebida de Baco, num mundo cheio de peculiaridades que tentaremos descomplicar.


♦ Quando não souber o que falar sobre um vinho, diga que ele é "Interessante" - Sem dúvida, este é um adjetivo sem compromisso em relação a vinhos, mas no fundo não quer dizer nada! Você já fez tudo que deveria ter feito, e não entrou em pânico; agitou sua taça de vinho, sentiu o aroma e não percebeu nada, mas todo mundo à sua volta espera por sua opinião. Então, murmure "Interessante ..." para si mesmo e para todos. Isto certamente vai abrir espaço e tempo para algum comentário e você ganhará tempo enquanto tenta lembrar se o vinho tem aroma de pêssego, damasco ou nectarina...

Mas lembre-se, não poderá ficar dizendo que todos os vinhos são “interessantes” pela noite toda!!!


♦ O termo "expressivo" ganha pontos - O vinho se mostrou intenso, com aromas extravagantes? Então, você está diante de um vinho “expressivo”. E será mais fácil identificar os seus aromas e desta forma, ele será exuberante, animado, vibrante, substancial, generoso e com aromas de ...


♦ Se você não sentir aroma do vinho, ele poderá estar "fechado" - A maioria de nós deve sentir o aroma de qualquer vinho, por mais sutil que seja (a menos que você sofra de anosmia, ou seja “cegueira de cheiros”). Mas alguns vinhos são muito difíceis de exalar seus aromas.


Existem algumas razões para isso, entre elas, o fato dele ter ficado algum tempo dentro de uma garrafa sem oxigênio adicional. Nesse estado, as reações químicas que envelhecem o vinho se desenvolvem e podem colocá-lo num estado de latência. Por isso, além da decantação do vinho (especialmente para os tintos) ser tão importante, vale a pena dar um tempo se já o colocou na sua taça.

O girar da taça pode dar início a volatilização do álcool e o “aparecimento” dos primeiros aromas. Mas o álcool pode também embotar a percepção dos aromas e por isto mesmo, dê um pouco de tempo ao tempo!


♦ "Picante" não é um termo para vinho - Quando se descreve que um vinho mostra aromas de várias especiarias, como um bom Syrah, falar-se que aparecem notas reais de anis estrelado, cravo-da-índia, pimenta-do-reino preta, baunilha e canela é bem verdadeiro. Mas trocar estas notas pelo termo "picante" não é realmente uma grande descrição!

É bem melhor tentar ser mais específico, usando "apimentado", "semelhante a manjericão" quando sentir um cheiro de algum "tempero".


♦ Os vinhos com alto teor alcoólico podem ser referidos como "quentes" – Apesar da bebida estar fria ou à temperatura ambiente, é comum sentir álcool queimando sua garganta; é isso que queremos dizer com "quente". O nível de álcool é uma característica interessante no vinho, porque na verdade aumenta a percepção do corpo da bebida.

É o que chamamos de pseudo-calor. O vinho tem uma gama incrivelmente alta de níveis de álcool, começando em cerca de 5 a 6% (como nos Asti Espumantes) e chegando a 24% (como em Vinhos do Porto e outros fortificados).


♦ Aromas de frutas e de terra: conheça sua preferência! - Embora não exista ciência para provar isso, os vinhos tendem a se dividir em duas categorias: aqueles carregados por sabores mais frutados e aqueles com notas mais terrosas, salgadas ou minerais e "orientadas para o terroir".


Imagine a diferença entre um grande tinto com intensos aromas e sabores de frutas vermelhas e escuras silvestres, e um tinto com aromas e sabores complexos que sugerem a terra na qual as videiras brotaram. Imagine-se bebendo um Beaujolais e um Borgonha! Não importa muito nesta hora avaliar qual o melhor, mas qual você gosta mais, para ir definindo o estilo de vinho que você prefere.


Há espaço para ambos estilos, mas conhecer a sua preferência pode ajudar a você formar uma adega mais adequada ao seu gosto e impedir que você gaste dinheiro em vinhos que não gosta. Guie-se pelo seu gosto, evite seguir notas de críticos ou orientar seu gosto pelo dos outros. Simplifique suas escolhas!!!


♦ Segure a taça pela haste ou pela base – O que pode parecer uma coisa esnobe é na realidade muito prático. A temperatura do vinho é importante para os profissionais do vinho, e deverá ser para você também. Quando você segura a taça pelo bojo, certamente o calor da sua mão aquecerá a bebida.


Como se vê, este Mundo do Vinho pode ser simplificado!!! Não há a menor necessidade de complicar algo que pode nos dar muito prazer, e com o tempo, certamente se tornará um expert !!! Saúde !!!

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