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Foto do escritorMarcio Oliveira - Vinoticias

“DESCOMPLICANDO O VINHO, FALANDO SOBRE ALGUNS DE SEUS MITOS”

Uma outra observação ao longo do tempo que estudo o assunto vinho e oriento Confrarias, é que há mitos que afastam muitos consumidores da bebida de Baco! Então, está mais que na hora que falar sobre alguns deles.

Aprender a desfrutar do vinho pode ser uma experiência assustadora para iniciantes. Com todo o jargão do vinho e o grande número de variedades de uva e estilos de vinho disponíveis, não é de admirar que alguns 'mitos do vinho' apareçam.


Esses mitos podem parecer inofensivos, mas alguns desses equívocos sobre o vinho podem inviabilizar sua jornada de descoberta de vinhos. Assim, para ajudá-lo a aproveitar ao máximo o seu vinho, vamos desmistificar alguns deles.


O VINHO SEMPRE FICA MELHOR COM A IDADE - Quando você ouve sobre os leilões de vinhos, onde vinhos antigos requintados são vendidos por somas astronômicas de dinheiro, é fácil assumir que todo o vinho melhora com a idade. Na realidade, apenas um pequeno número de vinhos se beneficia do envelhecimento. Eles tendem a ter qualidade excepcional e geralmente têm níveis notavelmente altos de taninos e/ou acidez, pois esses elementos ajudam a preservar o vinho.

Nem todo vinho é feito para envelhecer. Todos os vinhos têm tempos de vida diferentes, e isto depende de muitos fatores, como o solo em que é cultivado, a qualidade das uvas colhidas em um determinado ano e as técnicas e decisões que um enólogo toma durante o processo de vinificação. Muitos rosés, por exemplo, devem ser bebidos em um ano após a safra, enquanto os vinhos tintos finos podem melhorar por décadas. Então, como saber quando beber um vinho jovem e quando guardá-lo na adega? A sugestão é ler sobre o vinho antes de comprá-lo ou consultar sua loja de vinhos ou sommelier de confiança para obter conselhos.


A maioria dos vinhos deve ser bebida dentro de alguns anos após o engarrafamento. Dica: Para a grande maioria de vinhos Brancos e Rosés beba até 3 anos após a safra. Para tintos beba até 5 anos após a safra


O VINHO TINTO NUNCA DEVE SER REFRESCADO, DEVENDO SER BEBIDO À TEMPERATURA AMBIENTE - Uma das primeiras coisas que a maioria dos bebedores de vinho iniciantes ouve é "apenas servir vinhos brancos ou espumantes gelados" e "os tintos devem ser sempre servidos à temperatura ambiente". Embora, em muitos casos, as características do vinho tinto sejam mais bem expressas em temperaturas mais quentes do que os brancos, existem algumas exceções. Os melhores vinhos tintos para provar são geralmente leves a médios, com baixos níveis de taninos, como vinhos de Beaujolais e aqueles feitos a partir da uva Pinot Noir. Se o vinho branco for servido muito frio, você não conseguirá sentir as nuances de seu sabor e, se o vinho tinto for servido muito próximo à temperatura ambiente, poderá ter um sabor insípido. "Na dúvida, esfrie o vinho", mas tome cuidado para não deixá-lo muito gelado. Não tenha medo de tentar experimentar ou perguntar ao seu sommelier de vinho do restaurante que temperatura ele recomendaria!


Dica: 'temperatura ambiente' provavelmente é mais fria do que você pensa. As temperaturas de serviço para vinhos brancos, rosés e espumantes ideais será entre 7° C a 10° C, enquanto para vinhos tintos variará de 13° C a 18° C conforme o corpo. Vinhos mais leves serve-se mais frio.


UMA COLHER COLOCADA NA BOCA DA GARRAFA MANTERÁ SEU ESPUMANTE FRESCO – Você certamente já ouviu falar de alguém coloca uma colher de metal no gargalo da garrafa de vinho espumante antes de colocá-la na geladeira, pensando que ela mantém o vinho por mais tempo. A lógica por trás disso parece muito convincente. A teoria diz - como um bom condutor, a colher de metal é rapidamente refrigerada na geladeira, o metal frio emite ar mais frio ao redor, supostamente dificultando o gás escapar. No entanto, isso foi testado por muitos pesquisadores respeitáveis e foi considerado ineficaz.


Dica: se você não terminar uma garrafa de vinho espumante de uma só vez, é melhor comprar um bom “wine saver” de vinho espumante, uma tampa de metal que evitará do gás escapar.


SCREW CAP (TAMPA DE ROSCA) É SINÔNIMO DE VINHO DE BAIXA QUALIDADE - Existem vinhos de qualidade engarrafados sob rolhas e screw caps. No passado, os vinhos com tampa de rosca eram considerados baratos ou inferiores aos vinhos selados com uma rolha. Mas hoje, a distinção entre rolhas e garrafas com tampa de rosca tornou-se muito mais nebulosa. Graças à nova tecnologia, as tampas de rosca podem realmente ser muito mais confiáveis do que as rolhas, que variam em sua capacidade de evitar a oxidação dentro da garrafa. Claro, a maioria dos vinhos sofisticados do mundo continua sendo engarrafada com rolha, mas isso tem mais a ver com a percepção e expectativa.

As tampas de rosca agora se tornaram predominantes em vários países produtores de vinho, particularmente em países do "Novo Mundo", como Austrália e Nova Zelândia. Eles são populares entre os bebedores de vinho, pois são mais fáceis de abrir e armazenar (até mesmo porque você não precisará de um saca-rolhas para abrir a garrafa. As tampas de rosca são preferidas por muitos produtores e importadores, pois causam menos falhas no vinho. A tecnologia Screw cap está sempre melhorando, se você olhar de perto, encontrará vinhos em todos os níveis de qualidade.


VINHOS NATURAIS NÃO CAUSAM DOR DE CABEÇA E RESSACA - Se você bebe muito vinho (vinhos naturais incluídos), provavelmente vai sentir dor de cabeça e ressaca. Os vinhos naturais ainda são alcoólicos e o álcool normalmente é o que faz você se sentir mal depois de beber, não os taninos ou, novamente, os sulfitos. Se você tiver dores de cabeça ao beber vinho, fique de olho no teor alcoólico. Vinhos com maior volume alcoólico são mais propensos a causar ressaca. Uma pequena mudança no teor alcoólico de um vinho pode causar um grande impacto em como você se sentirá no dia seguinte.


Dica: antes de dormir, beba pelo menos um copo de água. Se tiver bebido espumantes ou vinhos brancos, beba dois copos de água – estes vinhos são mais desidratantes.


VINHOS ESPUMANTES DEVEM SER SERVIDOS EM TAÇAS ESTILO “FLUTE” (TULIPA) - Claro, as pessoas gostam de beber Champagne ou espumantes em taças tipo “flute” para ter aquela sensação chique, com as borbulhas subindo pelo interior das bojo, mas se você abrir uma garrafa de espumante para seus convidados e não tiver taças tulipas à mão, não prestará um desserviço ao vinho. A produção do champanhe leva muito tempo, ao longo do processo, o espumante desenvolve sabores e aromas complexos como manteiga, torrada, brioche, cereja branca e até um certo toque de nozes e amêndoas. Você poderia servir espumantes em uma taça qualquer, mas se o vinho for decente o suficiente, uma taça de vinho mais larga expressará melhor seus aromas.


VINHOS DOCES DEVEM SER HARMONIZADOS COM SOBREMESAS - De um modo geral, os vinhos doces devem ser bebidos acompanhando sobremesa, mas há todo um espectro de doçura em que pensar. Existem vários vinhos que têm um toque de doçura, mas que não são doces no nível da sobremesa. Para tais vinhos, a sugestão é ficar de olho nos vinhos alemães que têm "Kabinett" no rótulo da garrafa, Rieslings rotulados como "Spatlese" ou alguns vinhos brancos de Vouvray, no Vale do Loire, na França. São suaves, mas não o suficiente para harmonizar com sobremesas.


Dica: se você quer acompanhar uma sobremesa com um vinho de sobremesa, opte por um de “colheita tardia”, melhor ainda se for um Sauternes ou um Tokaji. Mas eles ficarão ainda melhor se a sobremesa for uma torta de frutas. Para chocolate, opte por Vinho do Porto Tawny (mais versátil que o Ruby).


GRANDES VINHOS CRIAM LONGAS PERNAS NAS TAÇAS - Você já deve ter visto as lágrimas que escorrem pelo bojo interior da taça depois de girar? Elas costumam ser chamadas de "pernas" ou "lágrimas" e alguns amantes do vinho acreditam que sua aparência indica a qualidade do vinho. Não é esse o caso - na realidade, eles podem lhe dar uma pista sobre a potência alcoólica, a intensidade de cor ou o teor de açúcar do vinho, mas não sua qualidade.


Saúde!!! Aproveite para comentar se gostou ou não!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet e minhas considerações durante provas de vinhos e pesquisas).

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