top of page

“CARNAVAL & VINHO”

Foto do escritor: Marcio Oliveira - VinoticiasMarcio Oliveira - Vinoticias

O Carnaval já começou com os foliões saindo às ruas com suas fantasias, cantando marchinhas e aproveitando a alegria do feriadão que começará em breve.

Buscar as origens do Carnaval acabam nos remetendo as antigas celebrações da humanidade. Podemos citar as Festas Egípcias que homenageavam a Deusa Ísis e o Touro Apis, ou ainda as manifestações que aconteciam na Grécia e Roma na Antiguidade. No Antigo Egito, os festejos pagãos celebravam o início da primavera e o término do inverno. Na Roma Antiga, as festividades de “Saturnália” eram marcadas por dias de indulgência, inversão de papéis sociais e abundância de comida e bebida. Em todas elas, o vinho estava presente!


O vinho, portanto, tem suas raízes mitológicas ligadas a orgias, danças, festas e aos efeitos da bebida, o que nos faz pensar que o Carnaval, afinal, é uma festa dionisíaca. Dionísio era nada menos do que o deus das festas, do teatro, do vinho, da colheita e da fertilidade. Baco foi o nome dado pela tradição romana a Dionisio.


Dionísio era filho de pai divino (Júpiter) e mãe mortal (Sêmele), e não era bem aceito no Olimpo, por sua origem mortal. Segundo a lenda, ele ficou curioso sobre uma vinha que ficava próxima de onde vivia e espremeu as uvas dali, descobrindo a arte de fazer vinho. Em um lampejo que mudou o rumo da humanidade, percebeu os efeitos da bebida e decidiu utilizá-la para impor sua divindade. A partir daí empreendeu viagens pelo mundo para divulgar a boa nova. Dionisio viajava pela Grécia propiciando aos devotos alegria e felicidade. Era através do vinho, que Dionísio não deixava faltar, que todas as preocupações abandonavam os corações humanos. O medo desaparecia e a coragem redobrava. A vida ganhava maior prazer.


Depois de algum tempo, Dionísio voltou à sua cidade natal e passou a promover o culto a si mesmo. As celebrações não eram iguais em todas as regiões onde ele era cultuado. Dois elementos, porém, eram comuns: o caráter orgiástico – interpretado como um sentimento de plenitude de vida, de renovação da natureza, de alegria e promessas de fartas colheitas – e a presença de mulheres, que tomadas de delírio, representavam o papel das primitivas Mênades – ninfas seguidoras e adoradoras do culto de Dionisio.


No início da primavera realizavam-se as Antesterias, festas nas quais se provava a nova safra do vinho. Duravam vários dias e delas participavam adultos e crianças, senhores e escravos. E aqui de novo o passado e presente se tocam, quando as diferenças sociais eram deixadas de lado.


Em honra a Dionisio e Ariadne (esposa de Dionisio), celebravam-se as Oscoforias, festas da colheita. Fazia parte das comemorações uma corrida a pé, cujo vencedor recebia como prêmio uma bebida feita de vinho e mel. Após a corrida, adolescentes com vestes femininas, transportavam ramos de videira cheio de uvas maduras. E ninguém discutia se a questão de gênero e identidade estava destruindo a família greco-romana.


Outras festas importantes eram as Grandes Dionisíacas, realizadas no verão, em quase toda a Grécia, estas mais ligadas ao teatro. Dionísio também era Deus dos palcos, não custa lembrar.  Durantes estas comemorações os habitantes das localidades agrícolas usavam máscaras representando cenas míticas da vida de Dionísio.


Essas comemorações foram o princípio do que conhecemos hoje como o Carnaval. A festa já existia, celebrando de certa forma a fertilidade do solo e a celebração das colheitas, mas foi Dionísio quem a modificou e a tornou conhecida, transformando a tradição em algo de grandes proporções.


Com o nome de Carnaval, a festa surgiu, no século XI, com a implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse período de privações acabaria por incentivar a realização de festas nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas. "A palavra Carnaval é originária do latim, “carnis levale”, cujo significado é “retirar a carne”. Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e ao controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de controlar os desejos dos fiéis. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, os dias de Carnaval são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, em francês: “Mardi Gras”).


No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.


Durante os carnavais medievais, por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e aos campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e com os beijos das jovens das casas.


Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a “commedia dell'arte”, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a “bauta” - uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.


O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para criar suas festas carnavalescas. No Brasil, o entrudo, importado da Ilha dos Açores, Ilha da Madeira e Cabo Verde, foi o precursor do carnaval, trazido pelos portugueses durante a colonização. O Carnaval era chamado de Entrudo, e consistia em uma série de brincadeiras nas quais as pessoas saíam às ruas para sujarem umas às outras.


Atualmente, o prestígio alcançado pelos desfiles de carnaval, no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de outras cidades brasileiras, entre as quais Belo Horizonte com seus desfiles de bloquinhos, de blocos caricatos e escolas de samba, e ainda a disseminação das chamadas micaretas trouxeram novas formas de aproveitar o evento. Alguns críticos dizem que o sentido popular da festa perdeu lugar.


Se as origens do Carnaval remetem à mitologia grega e a mistura do Brasil com a Grécia ao Deus do Vinho, que tal ter algumas dicas de vinhos para cair na folia? Geralmente, as festas de rua são comemoradas durante o dia, nos famosos bloquinhos, que ano a ano estão crescendo em quantidade e variedade em Belo Horizonte. Quem acha que não dá para beber vinho nessa ocasião está muito enganado, basta escolher uma opção mais leve e gelada para refrescar. E uma dica: há várias opções de vinhos em latinhas, que além de refrescar bem, evitam acidentes. Existem inúmeros rótulos de vinhos brancos e rosés para aproveitar a folia.


Mas se seu Carnaval será aproveitar o feriadão na praia, a dica é um bom espumante. Eles são servidos gelados e combinam com canapés, petiscos e comidas típicas de praia, como camarão e caranguejo, numa harmonia perfeita com o lugar. Mais um bom motivo para ter vinhos brancos e tintos por perto. No caso de preferir um tinto, opte por vinhos com taninos mais macios, como os elaborados com a uva Pinot Noir, geralmente são leves e frutados e que podemos consumir mais refrescados. Para um almoço na praia, você pode provar um vinho branco seco que harmonize com peixes e frutos-do-mar. Vinhos da uva Chardonnay, ou Pinot Grigio ou Sauvignon Blanc serão boas opções.


Há quem procure lugares mais frescos no verão, em geral retirados em pousadas nas montanhas ou interior de Minas. Neste caso, um vinho tinto com taninos macios, boa acidez e corpo de leve para médio será ideal para combinar com massas à bolonhesa, risotos e carnes grelhadas. Prove: Bruschettas com vinhos brancos leves, Estrogonofe de frango ou carne com vinho rosé, Fondue com vinho tinto de corpo médio, como um Tempranillo jovem e sem carvalho. Se você for amante de churrasco, opte por vinhos elaborados com as castas Malbec e Cabernet Sauvignon. Para pizzas a dica será harmonizá-los com vinhos das uvas Syrah ou Cabernet Franc.


E claro, sendo época de celebrar alegria, a oportunidade também cai como luva para você saborear espumantes de forma geral. Afinal, quem disse que vinho não rima com alegria, confete e serpentina? Saúde!!! Aproveite para comentar se gostou ou não do artigo!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet, e minhas considerações em relação ao tema).

Comments


O que é o VINOTÍCIAS...

O VINOTÍCIAS foi criado por Márcio Oliveira, com o intuito de disponibilizar em um único espaço dicas de vinho, enogastronomia, eventos, roteiros de viagens e promoções. Inicialmente era disponibilizado na forma de uma newsletter para alunos, ex-alunos e amantes do vinho, com o crescimento do mercado e o amadurecimento do projeto a necessidade de um espaço maior para tantas informações se fez necessário e assim surgiu o blog e o site.

  • w-facebook
  • White Instagram Icon

© 2017 Vinotícias. Criado por Action Digital Midia

Belo Horizonte | Minas Gerais
bottom of page