Não é todo dia que se bebe um vinho com 28 anos de idade! E melhor ainda quando ele se mostra ainda em auge!
Dois fatos marcam o reconhecimento da qualidade dos vinhos da Califórnia no mundo dos vinhos. Não podemos esquecer o “Julgamento de Paris” em 1976 e que graças a Robert Mondavi, que os vinhos californianos ficaram famosos e são reconhecidos no mundo todo. A vinícola MONDAVI é linda, as instalações – mostradas durante o tour – estão entre as mais impressionantes de Napa Valley e a degustação é detalhada e explicativa.
A história da família Mondavi tem início com Cesare Mondavi, que vindo da Itália na época da Lei Seca americana, comprou terras na Califórnia para plantar e vender uvas. Com o fim da Lei Seca, comprou uma pequena vinícola em Napa e passou a fazer vinho de garrafão. Seus filhos, Robert e Peter viriam a trabalhar com o pai nos negócios da família.
Naquela época, o mercado de vinhos de garrafão era dominado pelas grandes vinícolas, como a Gallo, por exemplo. E não era um mercado lucrativo para as pequenas vinícolas. Foi quando a família comprou uma vinícola antiga chamada Krug, que foi totalmente renovada. Com o falecimento do pai, Robert e seu irmão começaram a divergir sobre o futuro da vinícola. Robert queria investir na produção de vinhos de alta qualidade, enquanto seu irmão preferia seguir um caminho mais conservador. Assim, os irmãos se separaram e em 1966, Robert Mondavi fundou sua própria vinícola, a Robert Mondavi Winery e foi em busca do seu sonho: produzir vinhos californianos de alta qualidade, que pudessem ser equiparados aos melhores vinhos do mundo.
A nova vinícola já utilizava muitas das inovações que Robert havia introduzido a Califórnia.
Algumas delas que foram fundamentais para a evolução e crescimento do mercado vinícola americano, tais como a utilização de equipe especializada em viticultura e vinificação, separadamente, o aperfeiçoamento do vinhedo para extrair todo o potencial da uva, investimento em tanques de fermentação a frio e rolhamento a vácuo, a utilização de pequenas barricas de carvalho francês e a utilização de rótulos com o nome do varietal que compunha o vinho.
Nos anos seguintes, a vinícola ganhou notoriedade com seu Cabernet Sauvignon e até 1975 seus vinhos já eram distribuídos por todo o país. Logo começaram a exportar. A reputação do vale de Napa foi ainda melhorada quando o Barão Phillipe de Rothschild anunciou planos para colaborar com Robert Mondavi na produção de um vinho super premium, que viria a se chamar Opus One. Na época, o consumo de vinhos premium aumentava consideravelmente e o comprometimento de Robert Mondavi com a qualidade de seus vinhos o tornava uma marca forte na indústria do vinho.
Na década de 90 iniciou-se a transição da empresa para uma nova geração e os filhos de Robert Mondavi, Tim e Michael, assumiam os negócios da família.
A partir daí, os Mondavi começaram a investir em publicidade com o intuito de estimular o consumo de vinhos nos Estados Unidos. E nos anos que seguiram, grandes investimentos foram feitos não somente nos vinhos, mas em arquitetura, experiências enoturísticas e um retorno às técnicas tradicionais de produção de vinho. Hoje a vinícola recebe mais de 350.000 visitantes por ano e possui cerca de oito opções de visitação e degustação de seus vinhos. Além disso, a Mondavi fechou uma Parceria com a Arboleda, vinícola Chilena e a Rosemount, Australiana numa colaboração de promoção e vendas de seus vinhos nestes mercados.
Robert teve um importante papel na promoção dos vinhos da Califórnia. Ele acreditava que a região tinha o potencial de produzir vinhos do mesmo nível dos países do velho mundo. Hoje pode descansar em paz, sabendo que deixou um legado inestimável para a indústria de vinhos americana e fez de sua paixão um exemplo a ser seguido.
Comentário de Robert Parker: Tive a Reserva de Cabernet Sauvignon de 1994 (97 pontos) uma meia dúzia de vezes este ano, e pode ser o melhor cabernet de Mondavi.
● Uvas: corte de uvas: 70% Cabernet Sauvignon, 26% Merlot, 4% Petit Verdot. 18 barricas de carvalho francês (80% novas).
● Notas de Degustação: Apresenta cor rubi granada, mas sem muito sinal de evolução, com pouca borra. Aromas de flores e especiaria doce misturado com frutas vermelhas e escuras maduras como a ameixa, com um toque de cedro. Acidez ainda vibrante e persistente que harmoniza com taninos finos e macios num vinho de longa e suave persistência. O paladar abre com frutas vermelhas e escuras e depois mostra a flor seca e especiaria doce, notas de couro e defumados e o toque de cedro.
● Estimativa de Guarda: Era a última garrafa na adega e creio que foi degustado em bom momento!
● Reconhecimentos: 97RP – 95WS – 17/20 Jancis Robinson ( 93/100).
● Notas de Harmonização: Recomendo decantar. Carnes vermelhas grelhadas e assadas, massas com ragu de carne, polenta com ragu de ossobuco, cordeiro em molho de hortelã, embutidos e inclusive de caça, a base de molhos ricos e saborosos. queijos duros.
● Serviço: servir entre 16 e 17ºC (Beba numa taça apropriada como Bordeaux).
● Faixa de Preço – Estelar
● Em BH – DEGUSTADO NA CONFRATERNIZAÇÃO DE CONFRARIA NO ESPAÇO VINOTÍCIAS.
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