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Foto do escritorMarcio Oliveira - Vinoticias

“A SAFRA 2018 NA MIOLO E O LANÇAMENTO DA SÉRIE 7 LENDÁRIOS”

Adriano Miolo diz com muita propriedade que “depois de um ano 2016 de grandes perdas, onde a colheita foi consideravelmente menor em quilos do que a média esperada, de uma safra 2017 onde a quantidade de uvas atingiu expectativas, porém a qualidade manteve a média, vindima de 2018 foi uma colheita menor em quantidade, mas com destaque pela ótima qualidade das uvas. Nos 30 anos da Miolo, podemos dizer que tivemos duas grandes safras, a de 2005 e a de 2018.

Ambas foram semelhantes climatologicamente, porém muito diferentes do ponto de vista tecnológico. A safra 2018 é, com certeza, a melhor safra da nossa história. Por isso, nós a chamamos de Lendária, e como isto, a Vinícola criou uma série diferenciada de rótulos para celebrar esta qualidade com os amantes de vinhos.


A Safra 2018 ficará na história da Miolo, pois a vinícola produzirá todos os seus grandes vinhos elaborados, exclusivamente, em safras excepcionais. Uma safra de qualidade como esta vem para coroar todo o trabalho de dedicação e inovação que foi realizado ao longo dos anos em prol da melhoria da qualidade”.


De forma geral, o cultivo da uva depende de inúmeros fatores, sendo importante ressaltar a qualidade e as características da terra onde os vinhedos estão plantados, o clima durante as estações do ano, não esquecendo do trabalho diário do agricultor na condução do vinhedo.


O homem pode controlar a condução do vinhedo, optando por plantar os varietais mais indicados para a região, escolhendo o sistema de plantio mais indicado, mas a natureza e o clima são sempre uma incógnita: - Haverá chuva? Haverá El Niño?


O clima sempre é um grande desafio para cada safra, mas 2018 teve noites frescas e dias quentes, inverno equilibrado e a antecipação da primavera. Apesar de picos de chuva em janeiro – no início do ano, elas não foram suficientes para influenciar de forma significativa a evolução da vinha. Os agrônomos e enólogos, imaginavam que as cores e aromas seriam intensificados e o açúcar acumulado pelas uvas contribuirá para a elaboração de vinhos ícones com graduação mais elevada.


Quais são os 7 lendários? - Os sete grandes vinhos serão lançados ao longo do primeiro semestre de 2020. São rótulos ícones das quatro regiões onde a marca está presente com vinhedos e unidades de produção:


Miolo - Vale dos Vinhedos (RS) – LOTE 43 e Miolo Merlot Terroir 2018


Terranova – Vale do São Francisco (BA) - Testardi Syrah 2018. Lembro com satisfação quando participante do júri da Expovinis, elegemos um Testarid como melhor tinto brasileiro, numa safra excepcional como esta deve estar excelente!


Fortaleza do Seival / Candiota – Campanha Meridional (RS) - Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, Quinta do Seival Castas Portuguesas e Miolo Sesmarias 2018.


Almadén / Santana do Livramento, Campanha Central (RS) - Miolo Vinhas Velhas Tannat 2018 – não provei o desta safra, mas na minha opinião um dos melhores Tannats nacionais provados em outras safras, e lembrando que o vinhedo foi plantado em 1976, o mais antigo do Brasil conduzido em espaldeira, localizado no município de Santana do Livramento/RS. Aliada a complexidade aportada pela anciã idade do vinhedo, a casta Tannat encontra no Terroir da Campanha a aptidão natural para se expressar em vinhos pujantes e robustos, aptos para longos períodos de guarda em garrafa. Não precisa falar mais nada a não ser que recomendo uma picanha para acompanhar !!!


Os primeiros vinhos estão chegando ao mercado e tive a oportunidade de provar dois rótulos


♦ QUINTA DO SEIVAL 2018 – Campanha Meridional / RS – Já estive na Quinta e conheci o trabalho monumental para criar um tinto de guarda elaborado com uvas Touriga Nacional e Tinta Roriz cultivadas em vinhedos próprios localizados na região da Campanha Meridional. O Quinta do Seival é sem dúvida um vinho de grande tipicidade aromática e gustativa, com estrutura para suportar muitos anos de envelhecimento, com passagem de 12 meses em carvalho e 6 meses em garrafa. Na minha avaliação, ainda o degustei muito jovem, pois o potencial de guarda é seguramente de 10 anos. O Vinho mostrou cor rubi intensa. Nos aromas, uma intensidade e complexidade aromática muito gostosa, mostrando o típico floral da Touriga Nacional de violeta com um toque de fruta escura em geleia, como um figo maduro e ameixa preta e num segundo momento as notas de madeira tostada. Na boca mostrou muita potência e estrutura com bom volume de boca e acidez viva. Esta potência e estrutura mostram que poderia esperar mais 3 anos para abrir a garrafa, mas em tempo de pandemia, a gente não sabe do dia seguinte. Minhas sugestões e harmonizações vão para pratos da gastronomia de Portugal como caldo verde com chouriço, leitão assado em forno a lenha, arroz de Braga, mas para quem gosta de um belo churrasco, não fará mal acompanhando carnes vermelhas assadas e grelhadas, pernil de cordeiro com ervas e queijos maduros de massa semi-dura. Aconselha a comprar algumas garrafas e esquecer por 3 anos na adega!!!!


♦ LOTE 43 2018 - Vale dos Vinhedos / RS – Bom, na minha opinião é impossível falar da Miolo sem falar do Miolo Lote 43, um vinho que é produzido somente em safras excepcionais. Um tinto emblemático carrega a história da família em seu nome! Ao chegar no Brasil em 1897, o patriarca Giuseppe Miolo comprou seu primeiro lote de terra, conhecido como Lote 43, onde hoje se localiza a Vinícola Miolo no Vale dos Vinhedos. Além de ser uma grande homenagem ao patriarca, este vinho é também um dos mais expressivos da região, o belo Vale dos Vinhedos. Em 2008, estas terras ficaram dentro da demarcação com Denominação de Origem da primeira região vitivinícola do Brasil. O Miolo Lote 43 é produzido com uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, reunidas em um corte harmônico selecionado pelo enólogo da família, Adriano Miolo. Passa 12 meses em carvalho e 12 meses em garrafa. Novamente confesso ter praticado um “infanticídio”, porque o potencial de guarda chega fácil nos 10 anos ou mais!!!. Um vinho de cor rubi bem escuro, com grande intensidade aromática de frutas escuras como a ameixa madura, evoluindo em camadas para o chocolate e trufas, com algo de tabaco, especiarias como o cravo da índia. Na boca, o vinho motra estrutura e bom volume, taninos presentes e a amaciar pela guarda (bebi antes da hora!), com boa acidez, resultando num bom frescor que solta a mucosa da boca e confere um equilíbrio. Um vinho que harmoniza com pratos da culinária francesa e da culinária italiana. Minha sugestão fica por conta de pratos como os assados de carnes de caça, o churrasco gaúcho, em especial o espeto de medalhões de picanha e as carnes com certo teor de doçura, alta maciez e suculência que irão realçar a qualidade do vinho.


Meu desejo sincero ao pedir para Baco que venham em breve outras safras como esta!!! Sobreviver a pandemia não está fácil, mas com belos vinhos, va gente vai resistindo!!! ...............Saúde !!!

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