Muitos amigos, confrades e leitores pedem que eu os ajude fazendo uma lista dos melhores vinhos para beber em cada circunstância. Este ano resolvi compartilhar a Lista com todos os leitores do Vinotícias. Afinal, caminhando para 22 anos de vida, o informativo virou um forte elo entre todos nós.
Podemos constatar que não é necessário subir até a faixa de preços mais alta para beber vinhos de boa qualidade. O mercado hoje oferece bons vinhos, mesmo abaixo dos R$ 150 por garrafa, por exemplo. Claro que há uma faixa de preço onde o vinho se nivela por baixo, talvez num estilo hoje globalizado em que os produtos tendem a se parecer muito. Portanto, com raras exceções fuja de vinhos com preços muito abaixo de R$ 50,00 por garrafa.
É importante frisar que estes 365 vinhos não são “os melhores vinhos do mundo”, pois este tipo de lista se repetiria, com poucas variações, ano após ano, contendo nomes que dispensam apresentação, mas requerem saldo bancário. A ideia é a de compartilhar o prazer de saborear bons vinhos e fazer descobertas, abrindo a taça e a cabeça para novas descobertas.
A grande maioria dos rótulos é constituída de vinhos jovens, com um ou dois anos de vida, prontos para beber. Poucos são para guarda, se bem que neste caso merecem o investimento em valor pela qualidade. Procurei dar foco em rótulos nacionais porque acredito que já temos um bom nível de qualidade e mais que nunca vale a pena privilegiar o que é nosso. Só assim vamos criar um mercado significativo e pujante.
Nos ESPUMANTES o produto nacional domina a faixa mais acessível de preço e novos espumantes importados e champagnes não param de chegar, com excelentes opções em qualidade e preços (para alegria geral!). Há alguns clássicos relacionados, para as grandes ocasiões. Os espumantes podem ser divididos em dois tipos, branco ou rose, que se diferem de acordo com o tipo de uva utilizada na sua produção. Os roses são criados com uvas tintas, que lhe conferem a sua coloração mais intensa e festiva. Isto se deve ao contato do mosto com as cascas tintas. Eles tem sido os preferidos e estão presentes em festas e celebrações. Ele é ideal para consumo na primavera e verão.
Nos BRANCOS, acredito que 2023 foi um ano de reavaliação da Chardonnay, com destaque para os chilenos e argentinos de novas regiões como Leyda, San Antonio e San Fernando (no Chile) e Gualtallary (na Argentina). Estes vinhos têm ênfase na fruta e menos presença de madeira. Outras uvas brancas também chamaram a atenção: Torrontés (Argentina), Alvarinho e Albariño (Portugal e Espanha), Viognier (especialmente Rhône e Sul da França) e cada vez mais a Riesling (Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e França), sem esquecer da Sauvignon Blanc. Uvas menos comuns no mercado, como a Semillon e a Chenin Blanc mostraram grande qualidade em alguns rótulos argentinos da Michelini i Mufatto.
Os ROSADOS têm uma boa participação no mercado, e se mostram promissores com a contínua chegada de novos produtos. Aos poucos o consumidor vai conhecendo a versatilidade dos rosados. É importante que os produtores não se sintam tentados a repetir os erros do passado, mantendo os vinhos dentro dos estilos produzidos em cada região, e não descaracterizando-os para agradar ao cliente.
Nos TINTOS, que são a categoria mais consumida no Brasil apesar do nosso clima mais propício aos espumantes, vinhos brancos e rosados, a oferta de vinhos do Velho Mundo a bom preço aumentou significativamente. Não é mais necessário ficar preso apenas aos rótulos sul-americanos, nem a Malbec, Cabernet e Carménère para beber vinhos bons e acessíveis com origem em Portugal (Alentejo, Lisboa), na Espanha (La Mancha), na Itália (Sicília e Puglia) e França (Languedoc, Provence e Rhône). A Europa de forma geral aumentou bastante sua oferta, antes muito limitada aos vinhos mais caros, aparecendo vinhos de novas denominações e a chegada de novos vinhos excepcionais é constante.
Os vinhos DOCES, FORTIFICADOS ou de COLHEITA TARDIA, continuam sendo produzidos, mostrando que a indústria vinícola aposta neste segmento ainda pequeno, e que vem sofrendo com as mudanças climáticas, em especial o aquecimento global.
♦ ESPUMANTES: Espumante Geisse Nature ou Rosé Extra Brut; Chandon Réserve Brut ou Rosé; Espumante Miolo Cuvée Nature ou o Brut Rose; Espumante Don Guerino Lumen ou Nature; Espumante 130 Blanc de Blanc Valduga; Estrelas do Brasil Nature Classico; Pizzato Vertigo; Máximo Boschi Extra Brut Biografia; Espumante Vero Vinícola Bebber; Salton Ouro Brut. Nos champagnes a grande procura continua sendo pelo Moet & Chandon e Veuve Clicquot, mas há uma grande variedade de rótulos como Taittinger, Bollinger, Paul Roger, Cattier... Nas Cavas há diversos rótulos como Jaume Serra, Cristalino, Freixenet Cordon Nero.
♦ BRANCOS: Vinho Pizzato PP Semillon 2020; Vinho Pizzato Legno 2021; Vinho Amitiê Oak Barrel Chardonnay 2020; Vinho Amitiê Viognier 2022; Vinho La Blanca Sauvignon Blanc 2022; Vinho Uvva Microlote Chardonnay 2022, Vinho Era dos Ventos Peverella 2020; Vinho Baettig Sel. Parcelas Los Primos Chardonnay 2021; Leyda Sauvignon Blanc Garuma 2021; Vinho Susana Balbo Chardonnay 2021; Vinho Pêra Manca Branco, Certezas Michelini i Muffato, Propositos Michelini i Muffato;
♦ ROSADOS: Era dos Ventos Clarete 2021; Luar do Pampa Rose de Cabernet Sauvignon e Tempranillo 2023; Monte Pachoal Reserva Rose Pinot Noir 2022; Montes Cherub Syrah Rosé 2021; Catena Malbec Rosé 2021; La Piu Belle Rosé 2021; Vinho Chateau Pourcieux Côtes de Provence 2021;
♦ TINTOS: Vinho Miolo Testardi Syrah 2020; Vinho Pizzato DNA 99 Merlot 2020, Vinho Uvva Microlote Petit Verdot 2020; Vinha Uvva Cordel 2019; Vinho Bárbara Eliodora Syrah 2021; Vinho Quinta da Neve Touriga Nacional 2022; Vinhos Vale da Pedra Guaspari; Vinho Maria Maria Diana Syrah, Vinho Casa Geraldo Colheita de Inverno Syrah 2018; Vinho Biografia Merlot Maximo Boschi 2012; Vinho Pericó Basaltino Pinot Noir 2020; Storia Merlot 2011; Miolo Lote 43 2018; Vinho Valmarino Churchill Cabernet Franc; Vinho Villagio Grando Merlot 2014; Vinho António Maçanita Tinto Castelão; Vinho Quinta Vale D. Maria 2018; Vinho Baettig Sel. Parcelas Los Primos Pinot Noir 2021; Seña 2018; Almaviva 2018; Neyen Spiritu de Apalta 2016; Vinho Malbec Argentino 2018, Vinho Zuccardi Poligonos Malbec Gualtallary 2021; Cobos 2019; Volturno 2019; Vinho Numanthia 2017; Vinho Don Melchor Cabernet Sauvignon 2018; Rippon Pinot Noir 2016; Vinho Brancaia 2015; Tenuta San Guido Guidalberto 2019; Pintia 2012; Pintia 2016; Chateau Leoville Poyferre 2012; Pommard Clos des Epeneaux Comte Armand 2017; Chapelle Chambertin Domaine Ponsot 2014; Clos de Mouches Joseph Drouhin 2011; Chateauneuf-du-Pape Clos des Papes 2016.
♦ DOCES, FORTIFICADOS E COLHEITA TARDIA: Klein Constantia Vin de Constance 2018; Vinho do Porto Taylor´s 20 Anos; Vinho do Porto Graham's LBV 2012; Vinho do Porto Croft Reserve Tawny Port; Vinho Kopke Branco 10 Anos; Vinho Porto Dow’s Vintage 2011.
Desejo a todos um Venturoso ano de 2024, com bons vinhos nas taças, celebrando Saúde, Paz e as vitórias pessoais de cada um!!!
Saúde !!! Aproveite para comentar se gostou ou não!!! (Este artigo está baseado em material disponível na internet, e minhas considerações em relação as pesquisas).
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