Em uma pesquisa feita em lojas de vinhos na Inglaterra, verificou-se que 2 em cada 3 garrafas são bebidas em 48 horas. E os vinhos comprados em supermercados seguem o mesmo caminho. Portanto, não há grande preocupação com a guarda dos vinhos.
Mas o que fazer quando você fez uma viagem e comprou vinhos diferenciados que precisam de guarda para serem bebidos no momento conveniente? Ou o que fazer quando ganha um vinhaço de presente, e vai procurar informações sobre ele e descobre que só deverá ser bebido daqui 5 anos?
Há certo mistério em torno da necessidade e das razões para o envelhecimento dos vinhos. Historicamente, era importante guardar vinhos na adega por dois motivos. Primeiro, durante um longo período de tempo, foi uma das únicas bebidas, que eram verdadeiramente "seguras" de beber - nem a água sempre era segura. Portanto, preservar o vinho por anos em torno do consumo era importante.
Em segundo lugar, os vinhos feitos há 70 ou 100 anos atrás eram muito menos refinados do que os vinhos que chegam à prateleira hoje, exigindo que ficassem um tempo de envelhecimento das garrafas em uma adega para fundir seus aromas, sabores e estrutura. Embora ainda seja verdade e alguns vinhos melhorem com o tempo de envelhecimento, a grande maioria dos vinhos produzidos hoje são consumidos frescos uma vez que chegam prontos para consumo, não necessitando de maiores cuidados com guarda.
Dito isto, há muitas razões pelas quais podemos querer manter o vinho por mais tempo - aniversários e outras datas de celebrações, razões sentimentais ou simplesmente curiosidade. A sugestão comum é manter os vinhos à temperatura de "adega". Felizmente para nós (mas, infelizmente, para o vinho), nossas casas no Brasil estão numa temperatura média de 25 a 35 graus centígrados (se moramos no Sul ou no Nordeste, por exemplo), e raramente temos um cômodo mais frio e úmido.
Então, se você não tem um cômodo frio e úmido na sua casa, o ideal é encontrar um espaço em sua casa escuro, e, o mais importante, o mais estável possível na temperatura.
A estabilidade da temperatura é, na minha opinião e na de muitos enólogos, a condição mais importante para o armazenamento de vinho a longo prazo.
Então, se você não vai investir na compra de uma adega climatizada, porque o volume de vinhos em guarda é pequeno, um canto traseiro de um armário interior ou um canto traseiro escuro do seu porão pode ser uma boa solução. Uma dica: procure fugir de paredes que recebem o sol da tarde.
Pelo mesmo raciocínio, evite guardar seus vinhos em prateleiras nas cozinhas, especialmente ao lado ou acima do fogão ou geladeira, pois são alguns dos piores lugares para manter o vinho devido às temperaturas altamente variáveis que o vinho irá experimentar.
As adegas climatizadas, embora caras, são uma ótima opção para manter o vinho em um ambiente estável e, sempre pronto para ser bebido.
Com estes cuidados simples, vocês estará cuidando melhor dos seus vinhos em guarda! Saúde!