Continuando com nosso artigo sobre erros garrafais sobre vinhos, partimos para a segunda parte, prometendo algumas surpresas.
Erro nº 8: O vinho em garrafão é uma porcaria
Nem sempre. É comum na França ou na Itália comprar-se vinhos para a família em recipientes de cinco litros, que são muito comuns para o vinho cotidiano. E nada de demérito em bebê-los, pois são muito bem vindos. Costuma ser funcional quando se pretende conservar o vinho por quinze dias, quando em geral, uma família já terá dado conta de beber todo o conteúdo. Curiosamente, em países como a Espanha, estes vinhos não são bem vistos, porque há uma tendência de beber menos, mas optar por vinhos de melhor qualidade. O tipo de envaso em garrafão é associado a um perfil de consumo mais básico e cotidiano, e é exatamente isso o está se perdendo em alguns países: o vinho de todos os dias na mesa.
Erro nº 9: Sirvo o vinho tinto, sempre à temperatura ambiente
É um mandamento que não deve ser seguido à risca: o clima não é o mesmo em agosto e em janeiro. Para muitos tintos, 15 graus é a temperatura perfeita para degustar muitos deles, apesar de parecer ser uma temperatura mais baixa que o usual para um tinto. A temperatura mais fresca equilibra esse pouco a mais de álcool que alguns vinhos atuais possuem, dissimulando um pouco as sensações alcoólicas, já que o vinho ganha temperatura quando colocado na taça (pelo menos 2 graus). Imagine portanto servir um tinto a 18 graus ou na temperatura ambiente, que costuma ser de 20 ou mais, imagine como essa taça ficará no seu paladar!
Erro nº 10: Se a rolha quebrar, a empurro-a para dentro da garrafa
Além de antiestético, uma rolha em pedaços nadando no vinho o condena a ter uma infinidade de incômodas partículas na boca. É preciso tentar retirá-la não importa como. Em vinhos muito maduros, é possível que a rolha tenha se degradado com o tempo e neste caso minha sugestão é usar um saca-rolha de duas lâminas. Uma rolha muito úmida de vinho também pode indicar que o vinho está estragado por ter vazado e ter contato com o oxigênio. Se a rolha cair dentro da garrafa corremos o risco de que ela se desfaça em vários pedaços, havendo a necessidade de usar um coador para retirar essas partículas. Se não devemos levar o coador à mesa, por não ser de bom tom. Em alguns casos será necessário decantar o vinho antes de servi-lo.
Erro nº 11: Posso servir o vinho em uma taça úmida
Os mestres cervejeiros recomendam usar uma taça ou tulipa úmida para que o líquido deslize melhor. Os especialistas em vinho não dizem o mesmo. Para eles, uma taça limpa e seca basta. Se são taças utilizadas mais de uma vez por mês é melhor passar um pano para retirar o pó que cai na taça, que às vezes modifica os sabores do vinho. O melhor a fazer é secá-las, se possível, com um pano que seja utilizado somente para a limpeza das taças. A água sempre deixará gotas que, mesmo em uma porcentagem mínima, irão se diluir e diminuir a intensidade do vinho. E todos nós queremos bebê-lo em sua plenitude de aromas e sabores.
Erro nº 12: Os climatizadores de vinho são inúteis e não servem para nada
Se você realmente quer se tornar um conhecedor sério e começar a comprar garrafas de certa qualidade e preços mais significativos, esses condicionadores de temperatura, também chamados de adegas ou vinotecas - com capacidade a partir de doze garrafas - podem ser um grande presente para incluir na carta ao Papai Noel deste ano. Estes equipamentos são bons, porque são câmaras que mantêm uma temperatura e umidade constantes, e as garrafas ficam melhor conservadas. Claro que vale a pena investir num equipamento que seja dimensionado para o seu consumo, mas um climatizador de seis garrafas também é bom: se o consumo não é muito grande. E lá você tem suas seis garrafinhas que estão bem conservadas e bem guardadas."
Erro nº 13: Tomo vinhos diferentes na mesma taça
Não há necessidade de ficar servindo cada vinho numa taça específica para el. Usar-se uma mesma taça pode ser ótimo em termos de organização da mesa e logística do serviço, mas antes de servir o novo rótulo não esqueça de fazer o que se conhece como “lavar com vinho”: - enxague a taça com algumas gotas do novo vinho que será servido. Se a mesma taça for utilizada para tomar vários vinhos é preciso lavá-la com vinho: retirando os restos do vinho anterior e permitindo continuar com o seguinte. Muitos sommeliers chamam este ato de “avinhar” a taça. Não há necessidade de beber essa pequena quantidade: descarte-a e estará pronto para saborear o próximo vinho.