Fugindo da classificação de vinhos por regiões de produção e suas atribuições de qualidade específica, a Espanha tem uma classe de vinhos diferenciados, que são os VINOS DE PAGO. É a qualificação máxima contemplada pela Legislação Espanhola em matéria vitivinícola, acima da Denominação de Origem. O conceito de Pago aplicado ao vinho se refere a um vinhedo situado numa área especial, com solos singulares e um clima privilegiado que imprime ao vinho suas qualidades únicas. Somente 17 bodegas espanholas têm esta distinção entre as mais de 4500 existentes.
Para serem considerados como tal, entre outros aspetos, destacamos as seguintes diferenças em relação a outros vinhos:
1. São os vinhos originários de um vinhedo com características edáficas (relativo ao solo) e de microclima próprias que o diferençam e distinguem de outros do seu entorno, conhecido com nome vinculado de forma tradicional e notória ao cultivo dos quais são obtidos produtos e qualidade singulares. A extensão máxima de um Pago é limitada pela Administração de acordo as características próprias de cada Comunidade Autônoma, e não poderá ser igual nem superior a de nenhum dos limites municipais em cujo território estejam localizados os vinhedos.
2. Entende-se que existe vinculação notória com o cultivo dos vinhedos quando o nome do Pago esteja sendo utilizado de forma habitual no mercado para identificar os vinhos obtidos no mesmo local durante no mínimo 5 anos.
3. No caso que a totalidade do Pago esteja dentro do âmbito territorial de uma DOCa (Rioja e Priorat), receberá o nome de “Vinho de Pago Calificado” (VPCo).
4. Devem ser elaborados e engarrafados pelas pessoas físicas ou jurídicas que tenham a titularidade dos vinhedos localizados no Pago, nas “bodegas” situadas na proximidade do Pago, devendo estar em algum dos limites municipais pelos quais o vinhedo esteja estendido ou nos seus municípios limítrofes.
5. Toda a uva destinada ao vinho de Pago deverá proceder do vinhedo localizado no Pago determinado e o vinho deverá ser elaborado, armazenado e criado de forma separada de outros vinhos.
Podemos assim concluir que o conceito de “Pago” corresponderia ao conceito francês mais conhecido como “Cru”, sendo, portanto, considerado como um vinho acima de um DO ou DOCa, que os caracterizará como superiores, podendo estar ou não dentro de uma delimitação geográfica de uma DO ou DOCa. Atualmente existem 17 DOP VP e nenhum VPCo; quase a metade, 8 estão em Castilla La Mancha, a Comunidade Autônoma que mais tem Vinos de Pago.
Confira aqui no Vinotícias as notas de degustação do ESCENA 2007, qualificado como VINO DE PAGO e ainda sem importação para o Brasil.